Queridos padres, diáconos, leigos e leigas, povo de Deus desta Diocese de Patos.
No último dia 8 de dezembro, o papa Francisco convocou o “ano de São José” para comemorar os 150 anos do decreto Quemadmodum Deus, assinado em 8 de dezembro de 1870, pelo Papa Pio IX, que declara São José, padroeiro da Igreja católica. Neste dia, há 16 anos, havia sido proclamado o dogma da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1854). Resolvemos então apontar algumas SUGESTÕES PARA VIVÊNCIA DO ANO DE SÃO JOSÉ EM NOSSA DIOCESE:
- Na Diocese de Patos a proposta é que vivenciemos este recomendado ano de espiritualidade Josefina, de MARÇO DE 2021 A MARÇO DE 2022. Associando-o também ao ano da família(19 de março 2021 – 26 de junho 2022).
- Sendo São José padroeiro da Igreja católica, que tal adquirir uma digna imagem ou ícone do padroeiro universal da Igreja, para igrejas matrizes ou capelas onde não exista? Conforme as conveniências financeiras da paróquia, é claro.
- Que em todas as celebrações do mês de março reze-se a oração do Papa a São José.
- Reproduzir, em quantidade, o texto da oração com a imagem de São José para ser distribuído entre os fiéis.
- Onde não se tem São José como padroeiro que se reze o tríduo em preparação da festa no dia (19/03) com reflexões e catequese sobre José: o pai amado, pai na ternura, pai na obediência, pai no acolhimento, pai com coragem criativa, pai trabalhador e pai na sombra e sobre as referências Bíblicas ao padroeiro da Igreja.
- Aproveitando ainda para evidenciar os quatro sonhos de São José: (Mt. 1,20-24;
2, 13-14; 2, 19-23) e a devoção a São José dormindo.
- Na paróquia em que seja São José o padroeiro ou que tenha capela a ele dedicada que se reze a Missa Votiva, a cada dia 19 do mês, durante este ano.
- Na paróquia onde não houver que se faça o mesmo a cada primeira quinta-feira do mês.
- Celebrar com entusiasmado esmero o dia primeiro de maio evidenciando o nosso compromisso sócio-transformador junto aos muitos trabalhadores e trabalhadoras e com o povo desempregado em nosso País: pais, mães, jovens.
- Utilizar momentos paroquiais oportunos e os meios de comunicação para catequeses bem elaboradas tendo como referência a carta apostólica Patris Corde.
Sob a proteção do glorioso São José.
Coordenação Diocesana de Pastoral
Dom Eraldo Bispo da Silva
4o Bispo Diocesano
ALGUNS ELEMENTOS DA CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE
O Papa Francisco lembra de José como um verdadeiro cuidador e protetor, quando o descreve: pai amado, pai na ternura, pai na obediência, pai no acolhimento, pai com coragem criativa, pai trabalhador e pai na sombra.
São José, pai amado. Foi um esposo exemplar e um pai amoroso para com seu filho Jesus, principalmente pela vida de serviço ao mistério da encarnação. Exemplo de fidelidade, abraçou totalmente sua missão no exercício da profissão, na comunidade e na família. Vivenciava tudo com muito amor. José acompanhou Jesus em muitos momentos na sinagoga e no seguimento às tradições judaicas.
São José, pai na ternura. A ternura de Deus foi manifestada em José pelo carinho que tinha para com Jesus e Maria. Acredito que José acompanhava sempre Jesus e Maria pelas andanças em Nazaré. Jesus era muito obediente aos pais (cf. Lc 2,51) e passou pela escola dos sentimentos e das emoções bem realizadas e bem integradas, que nos permitem entender sua personalidade singular, marcada simultaneamente pela ternura e pelo vigor, pela paixão pelos outros e pela paixão por Deus, pela coragem de proclamar a sua verdade e, se preciso, romper com a tradição.
São José, pai na obediência. José, agindo em conformidade com os pedidos do bom Deus, salvou Maria não difamando e nem a abandonando. Deslocou-se com Jesus e Maria para o Egito, voltou para Israel e, na obediência, foi capaz de observar as prescrições da lei: os ritos da circuncisão. A família segue estritamente a tradição. Aos oito dias do nascimento (cf. Lc 2,21), o menino é circuncidado e ganha um nome, dado por seu pai, José. Quarenta dias após, levam Jesus ao Templo, em Jerusalém, para ser consagrado a Deus. Na obediência, “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).
São José, pai do acolhimento. Confia nas palavras do anjo e acolhe Maria sem condições prévias. O acolhimento de José convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial aos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil (cf. 1Cor 1,27). José não foi apenas um homem justo e cheio de virtudes, mas alguém que soube realmente acolher, cuidar e proteger Maria e seu Filho Jesus.
São José, pai com coragem criativa. As dificuldades fazem cada um de nós contar com recursos que nem pensávamos ter. São José sabe transformar um problema numa oportunidade. Arranja um estábulo e prepara o lugar para Maria trazer o Menino Deus para a história da humanidade. Transformando o problema em oportunidade, José foge para Egito, cuidando e protegendo Maria e Jesus. É muito criativo para cuidar, proteger, defender, orientar e zelar pela sagrada família.
São José, pai trabalhador. Trabalhou honestamente para garantir o sustento de sua família. Guardou, protegeu o filho e a mãe de Deus. Soube amar de maneira extraordinariamente livre, colocando Maria e José no centro da vida.
São José, pai na sombra. José, cuidando do Redentor, entrou silenciosamente nos mistérios de Jesus, tornando-se o depositário dos mistérios de Deus que, com Maria, cuidou e protegeu, apontando-nos um caminho para crescer cada vez mais na fé. Ele cuidou e protegeu a harmonia, a união, o amor e a sensibilidade de um filho para com sua mãe. Assim, entendemos que podemos recorrer cada vez mais a José como intercessor junto de Deus para continuar sendo protetor da Igreja, que é o prolongamento de seu filho amado e tem uma mãe intercessora.
São José não teve medo, receios, dúvidas e nunca deixou de ser fiel a Deus cuidando da Mãe e do Filho de Deus. Que nós possamos seguir esse mesmo caminho.
Como nos ensinou o papa São João Paulo II, na exortação apostólica Redemptoris Custos, n. 5, sobre a figura e a missão de São José na vida do cristão e da Igreja, ele é depositário do mistério de Deus: “Ele tornou-se, portanto, um depositário singular do mistério mantido oculto desde sempre nele, o criador do universo (cf. Ef 3,9), como se tornara Maria, naquele momento decisivo que é chamado pelo apóstolo ‘plenitude dos tempos, quando Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher[…] para resgatar os que encontravam sob o jugo da lei e para que recebêssemos a adoção de filhos’ (Gl 4,4-5)”.
No entanto, toda a vida de São José foi dedicada aos cuidados dos amados de Deus, a sua esposa Maria e seu filho Jesus. José tornou-se o verdadeiro guardião da Sagrada Família com inúmeras ações para proteger e cuidar desses dois presentes que recebeu dos céus. A partir desse seu ministério somos chamados a ter um carinho especial para com esse homem, que pode ajudar-nos a crescer na devoção a Maria e na experiência do encontro com o Pai através de Jesus Cristo, o verbo encarnado.
Na história da Igreja muitos santos e pessoas comprometidas dedicaram reflexões sobre São José: Santo Hilário (367), Santo Ambrósio (397), São Beda (735), o franciscano e notável pensador João Pedro Olivi (1298), São Francisco, Santa Margarida de Cortona (1297), o teólogo de Paris Jean Gerson ( 1428), São Bernardino de Sena (1444), São Vicente Ferrer (1419) e Jean (1453), Bernardin de Laredo (1535), André de Soto (1625), Francisco Suárez (1617), Santa Teresa d”Ávila (1582), São João da Cruz e muitos papas de maneira especial Pio IX, Pio X, Pio XI, Pio XII, Leão XIII, Bento XI, João XXIII, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e atualmente o Papa Francisco.
Diante do exposto, afirma-se que, ao render culto a São José, estamos progredindo na devoção a Maria e na verdadeira comunhão com seu filho Jesus.
Só nos resta implorar, de São José, a graça das graças: a nossa conversão. Dirijamos-lhe a nossa oração:
Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
Ó Bem-aventurado José,
mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém.
Referência Bibliográfica
FRANCISCO, Papa., Carta Apostólica Patris Corde por ocasião do 150 anos da declaração de são José como padroeiro universal da Igreja.