O mundo de hoje caracteriza- se pelas transformações em alta velocidade. No instante em que se adquire um computador, por exemplo, já há outro com tecnologia mais avançada sendo produzido.
Nossa geração tecnológica é também marcada pela facilidade na transmissão de informações. No entanto, a comunicação, que deveria aproximar as pessoas e diminuir as distâncias, vem sendo prejudicada pelo excessivo barulho. A comunicação dos nossos dias se torna ineficaz pela alta quantidade dos ruídos. Muitas vezes confundimos o silêncio com falta de comunicação, e algumas pessoas, acostumadas com barulho do dia- a dia, sentem-se profundamente incomodadas com momentos de silêncio. Sabemos, porém, que o silêncio é também uma forma de nos comunicar e, entre outras coisas, nos transmite apaz, a quietude e a tranqüilidade! Um poeta jamais conseguirá fazer poesia em meio a ruídos. Os discípulos missionários são também poetas, que usam não das palavras, mas da própria Palavra de Deus como instrumento. Essa poesia que se dá no grupo de missionários e nas espiritualidades missionárias, comumente Chamamos de evangelização.
O silêncio está, portanto , intimamente ligado ao que celebramos com a nossa vida. Recordemos a vida de Jesus: em diversas ocasiões o Mestre se retira para orar em silêncio e, quando nos ensina a oração, aconselha-nos a não multiplicar as palavras, pois não seremos ouvidos pela força delas (Mt 6,7).
“Talvez este seja o nosso grande equívoco: acreditar que, com nossas palavras, conseguiremos” mudar o pensamento de Deus”. Na oração silenciosa deixamos de lado essa tentação e abrimos espaço para que Deus nos modifique, mostrando-nos os pontos da nossa vida que necessitam de transformação e fortalecendo-nos para que, juntos – ele e nós-, trilhemos os caminhos da felicidade. Dois aspectos ainda merecem ser tratados. Primeiramente, há que se conscientizar de que o silêncio não é uma atitude apenas exterior. Se não silenciarmos o nosso coração diante de Deus, afastando todos os problemas e barulhos do mundo exterior, nossa privação voluntária de falar não terá sentido. Para isso, e este é o segundo aspecto, faz-se necessário que nos eduquemos para o silêncio.
Faremos isso nos nossos momentos de oração pessoal e também na nossa participação nas celebrações, evitando toda distração e qualquer forma de conversa, a não ser aquela que devemos manter com Deus.
Educando-se, o grupo de missionários estará apto para educar também os outros para o silêncio durante os momentos orantes e celebrativos nas áreas de missão. Que temos dado a Deus para que ele converse conosco em nossos momentos de oração pessoal e celebrações?
( Maria Joseny – Josa – Pascom Diocesana)