Quando estamos à mesa além de nos deleitarmos com o alimento que sustenta nosso corpo podemos encontrar outros sabores igualmente deliciosos.
Pois bem este artigo foi fruto de um momento de refeição e diálogo com o Reverendíssimo Pe. Antônio Abreu, pároco da Paróquia de Santa Terezinha em Juru, um encontro salutar.
Conversávamos acerca da indisponibilidade que nós cristãos temos de reconhecer integralmente a encarnação de Jesus e dos medos que tal atitude provoca em nosso seguimento.
Quando a sagrada escritura afirma que o Verbo se fez carne e habitou entre nós somos como que embebidos de uma realidade divina e humana que se misturam, contudo não se dissociam.
Exatamente neste contexto a encarnação de Jesus Cristo, é o mistério de um Deus que assumiu em tudo a condição humana, exceto o pecado, mas nas entrelinhas significa que ele foi igual a nós categoricamente.
Então não podemos nos dar ao luxo de camuflar a humanidade de Jesus e ele mesmo não o quis, pois em diversos momentos ela aflorou nas expressões de dor, de alegria, de fome, de sede ou comoção ao chorar a morte do amigo.
Fugir da realidade nua e crua da humanidade de Jesus é negar sua encarnação, que se deu de forma crível e não um faz de conta, um enredo novelístico ou passaporte para a imaginação literária.
Quando entendermos que o Cristo foi um de nós estaremos prontos para buscarmos incansavelmente nos tornarmos tal como ele é, santos e irrepreensíveis.
Não há o que temer em assumirmos a encarnação como um projeto salvífico de Deus para resgatar a humanidade se assim procedermos compreenderemos melhor as atitudes proféticas de Jesus, sua opção pelos pobres e pecadores, sem traumas e sem medos.
A verdadeira experiência de fé em Jesus Cristo traz consigo traços indeléveis de sua humanidade e aponta para nosso anseio maior que é trilharmos nossa estrada rumo ao céu, prêmio dos que crêem.
Portanto não seria demais e nem tampouco pecado pensar como Jesus pensou, agir como ele agiu, sonhar como ele sonhou e amar como ele amou como canta uma velha canção do Pe Zezinho e então o medo da encarnação fugirá de nossa prática religiosa.
Então haveremos de imitar Jesus Cristo assim como ele fez para conosco, é claro não necessitaria visto que é homem – Deus, mas o quis para em tudo ser igual a nós e, portanto matematicamente ele é 100% homem e 100% Deus.
Não fracionemos Jesus Cristo, não diminuamos sua missão redentora, não multipliquemos nossos medos da encarnação, somemos nossa fé com alegria e esperança na humana divindade do Senhor.
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Carlos Silva – Pascom Diocesana