(Edvan, Hugo, Josevan e Lucivaldo)
09 DE JUNHO DE 2017
Caríssimos irmãos e irmãs,
Permitam-me saudar muito fraternalmente o meu irmão no episcopado Dom Paulo Jackson, Bispo Diocesano de Garanhuns-PE e agradecer-lhe pela presença tão significativa de modo especial para estes ordinandos que o tiveram como formador. Querido Clero da nossa Diocese (Padres e diáconos permanentes),
Caríssimos seminaristas,
Religiosos e Religiosas,
Estimadas novas comunidades com seus membros de Vida e de Aliança,
Lideranças e representantes de toda a nossa diocese,
Autoridades civis e militares,
Luiz Canuto (In Memoriam) e Inácia Loiola Silva de Sousa – Pais de Lucivaldo;
Francisca Vânia Cabral de Lima e Edimar Tagi de Lima – Pais de Edvan;
Gilssa Araújo de Almeida e Severino Manoel de Almeida – Pais de Josivam;
Maria do Socorro França de Sousa e Euildo Antônio de Sousa – Pais de Hugo;
Demais Familiares e amigos do que serão ordenados durante esta celebração eucarística,
Hoje a nossa Igreja particular está exultando de alegria, pois como todo agricultor que prepara a terra e joga a semente que germina e cresce produzindo a colheita, esta diocese, depois de longo tempo preparando, semeando e cultivando sementes de vocações, enche as mãos , os braços e o coração com feixes maravilhosos que se configuram na resposta destes nossos irmãos – Edvan, Lucivaldo, Josevan e Hugo – que batem à porta do Templo Santo para a sua consagração no serviço à comunidade, recebendo nesta noite o 1º. Grau da ordem Sacra.
A alegria desta celebração está certamente preenchendo o coração dos papais, das Mamães dos que serão ordenados e de todos os familiares destes jovens . Quero agradecer sinceramente pelo dom de seus filhos como servos do Senhor e colaboradores da Igreja, da comunidade do Povo de Deus.
A Palavra de Deus no ilumina em todos os momentos e de modo muito particular quando celebramos os Sacramentos que expressam visivelmente o cuidado de Deus por seus filhos e filhas.
Conforme o texto dos atos dos Apóstolos que nos foi apresentado percebe-se uma realidade que suscita um repensar a conduta da comunidade, pois eram evidentes comportamentos de discriminação e abandono dos irmãos vindos de outras partes como os gregos e os pagãos que haviam se convertido à fé cristã. Algumas pessoas estavam sendo privadas de serviços como o pão da mesa e o pão da palavra. A conclusão dos apóstolos de escolher diáconos não era algo muito tranquilo naquele momento, mas por força do Espírito Santo esta demanda alcançou um bom termo e assim a comunidade contou com a escolha de homens idôneos e cheios do Espírito Santo. Daí em diante a Igreja crescia e o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém.
Caros irmãos o que justifica a diaconia não é simplesmente a necessidade institucional deste passo rumo ao grau superior da Ordem Sacra, mas é exatamente a necessidade de continuar a obra de Jesus, o servo por excelência, que assim definiu a sua vocação e missão: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. Para Jesus ser grande, ser importante é colocar-se a serviço das mesas rodeadas de famintos e sedentos do alimento que refaz a vida. Ser diácono nos coloca diante de uma multidão que suplica o pão que lhes foi tirado, roubado pelas mãos ávidas de poder, de corrupção; Temos mesas tão grandes e vazias de amor e de paz. Ser diácono hoje é saber vestir os paramentos dos que que se inclinam para lavar os pés e usar a jarra que contém a água que alivia o cansaço e refaz as forças perdidas ao longo dos caminhos ásperos e áridos da vida.
Servir é deixar-se consumir pelo amor, pois quem se doa tira algo de si mesmo para o outro; Eu diria morrer aos poucos para que outros vivam abundantemente. Este pensamento está claro no Evangelho que ouvimos: “Se o grão de trigo não morre ele permanece apenas um grão de trigo, mas se ele cai na terra e morre produzirá muitos frutos”. Daí a grande honra de quem põe a sua vida a serviço, diz Jesus: “Meu pai o honrará”.
Queridos irmãos, estamos numa sociedade marcada por princípios de grandeza, de superposição, concorrências. Há uma pergunta que acompanha a corrida social, política, econômica, intelectual, cultural e até religiosa: Quem é melhor? Quem pode mais? Quem tem mais? Quem sabe mais? etc. Como seria bom se pautássemos a nossa vida pela pergunta “Quem serve mais?” Quem se doa mais?. Valeria a pena fazer assim a maratona do serviço livre de toda a ganância e toda dominação.
Permitam – me que eu me dirija rapidamente aos ordenandos.
Caríssimos Josevan, Edvan, Lucivaldo e Hugo, que bom poder nesta noite contribuir sem mérito algum para que vocês vivam esta entrega a Deus e aos irmãos. Muito obrigado pela perseverança, pelas batalhas, pelos passos firmes e às vezes cambaleantes. Vocês já estão bem maduros e muito já se consumiram principalmente no que se refere à juventude, mas quero assegura-lhes que tudo vocês terão em acréscimo, pois a promessa de Jesus nos garante que vale a pena renunciar por amor ao Reino.
Desejo que o Espírito Santo esteja plenificando a decisão de vocês para o serviço, a colaboração à Igreja na pessoa do Bispo e de seus presbíteros. Sejam fiéis ministros do altar e solícitos pregadores do Evangelho. Ajudem o Bispo a tornar a Igreja sempre viva e renovada pela graça sacramental seja pelo batismo por vocês presidido, seja no matrimônio por vocês assistidos, seja no pão eucarístico que distribuirão aos doentes e agonizantes, seja nas exéquias confortando os irmãos e irmãs mais desconsolados.
Eu sei que todos vocês estão conscientes da opção pelo Celibato como forma de viver de forma fecunda a vocação que receberam. A entrega livre e consciente fará de todas as atividades humanas, pastorais e espirituais fonte de alegria e verdadeira alegria, a alegria do Evangelho.
Caminharemos juntos, o Bispo com o clero, certos de que entre nós as relações deverão ser de fraternidade e de obediência, relações construtivas como nos propõe o Mestre.
Que a Virgem Maria, “Ancilla Domini” nos ensine sempre mais a permanecer no caminho da doação, entregando a vida sem reservas àquele que nada guardou para si, mas se entregou totalmente até a morte e morte de Cruz.
Quero lembrar- lhes que tudo terá sentido pleno se exercerem com a Caridade que enobrece aquele que serve. Que nada retenham para si mesmo senão o desejo de escutar do próprio Senhor no encontro glorioso: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor!”.
Queridos irmãos, vocês poderão contar comigo, sigamos juntos, pois somos operários e não somos os melhores, mas ele nos quis e nos chamou.
Amém!