Homilia de Dom Eraldo durante Missa Solene de encerramento da Festa da Guia

Caríssimos irmãos Sacerdotes, Diáconos, religiosos e religiosas, novas comunidades e demais lideranças vidas das várias realidades que compõem a nossa Diocese de Patos, eu vos saúdo desejando que a paz e a alegria que encheu o coração de Nossa Senhora se instale em nossos corações nesta manhã festiva.

Estamos celebrando a festa daquela que é modelo de fé, como acompanhamos a temática deste ano. Estamos vivenciando o ano da Fé, em comunhão com toda a Igreja chamada por Jesus e confirmada por Pedro na pessoa do Santo Padre o Papa; Estamos convocados para este grande evento, que se caracteriza pelo anúncio, pela profissão e pelo testemunho da nossa fé; Que modelo belíssimo de fé e obediência à palavra de Deus nós temos na imagem viva de Mãe de Jesus e nossa mãe.

Durante os últimos dias esta comunidade paroquial tornou-se espaço, cada de acolhida de todos que aqui chegaram para uma oração piedosa à querida mãe do Céu, a Virgem Maria aqui chamada piedosamente de Nossa Senhora da Guia. Uma festa que já se estende num longo caminho de anos de devoção e de piedade mariana, nos dá a certeza de que estamos em comunhão de fé e amor com o projeto de Jesus. Parabéns a todos que se dedicam a fazem desta festa um verdadeiro retiro espiritual e assim todos nós podemos sair desta festa com uma renovação espiritual que fará de nossas famílias, do nosso trabalho espaços do Evangelho. A Festa de uma paróquia deve ser avaliada com um grande mutirão de Evangelização; ao mesmo tempo em que é uma parada concentrada numa atividade pontual deve ser também uma forma de renovação da fé e do engajamento nos compromissos do batismo e da vida comunitária. É, na verdade, um especial abastecimento para a vida paroquial e ou diocesana.

A Palavra de Deus que nos foi proclamada e que nós acolhemos atentamente deve nos ajudar a entender a figura da comunidade da Igreja nascente como lugar onde a vida é gerada o que, conforme o texto do Apoc., desperta na força do mal uma reação de destruição da vida que desponta. Podemos pensar pelo menos três espaços onde a vida de Deus desponta: na sociedade, na comunidade, na família. Aí podemos compreender que a vida vai sendo formada, vai se desenvolvendo graças ao engajamento pelos valores do Evangelho. Aqui podemos dizer que gerar a vida, cuidar da vida, promovendo-a em seus vários níveis consiste numa verdadeira tarefa profética e missionária, isto é, defender a vida é dizer não a tudo aquilo que se levanta como um dragão terrível a serviço da morte. Como é fácil perceber esta batalha hoje em dia. Parece que a dignidade humana não é mais bem vinda ao mundo atual e por isso, tanta morte, tanta violência, tanto desmando. Precisamos à luz da fé em Jesus Cristo identificar os ventres geradores da vida e exercer a vigilância para identificar também as forças da morte. Nossa Senhora nos ensina que toda a Igreja, toda a comunidade deve ser cuidadora da vida.

Gostaria de neste sentido exortar, chamar a atenção de todos, as de um modo particular, daqueles e daquelas que têm maior responsabilidade no destino e na vida do povo, isto é, nossas lideranças políticas; Faço isso para pedir que é necessário e urgente pensar nas formas de aliviar o sofrimento em nossa região que continua vivendo na seca, na estiagem que ninguém sabe, a ser Deus, até quando. Sugiro que reflitam e encontrem algumas idéias e as ponham em prática para que uma boa convivência com o semiárido diminua a dor do sertanejo que precisa tanto de ajuda e de solidariedade. Para tanto é necessário que sejam superadas as brigas e as picuinhas pessoais e partidárias em vista do bem comum da nossa gente. A vida, a dignidade, a solidariedade, a água e outras condições necessárias e indispensáveis não podem e não devem estar a Mercê dos interesses e das cores político partidária. Quem não conseguiu dar esse passo na concepção da política e da cultura humana não pode almejar cargos na vida pública.

Com esse pensamento sobre a necessidade de fazer a vida vencedora é que Jesus ressuscitou como primícias dos que morreram e assim a morte não mais pronunciará a última palavra, pois esta já perdeu a sua força. Todos nós seremos ressuscitados n ao por nossos méritos, mas pela bondade e pela misericórdia de Deus.

No Evangelho contemplamos o grande hino através do qual Nossa Senhora engrandece o Senhor e reconhece o seu poder que devolve aos pequenos e fracos a alegria de viver e a superação de toda humilhação histórica. Deus misericordioso fez isso para salvar o seu povo que se sentia rebaixado pelos grandes deste mundo, pelo poder, pela soberba, pela ganância. Deus cumpriu a promessa de salvação para o seu Povo.

Meus irmãos e minhas irmãs, vejamos como A Virgem exerceu um papel fundamental na realização do mistério da Encarnação do Verbo. Maria é a mulher que escuta, acolhe, e obedece à Palavra: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” . o sim de Maria fez com que o novo Homem em Jesus Cristo, num horto de dor assumisse todas as agrúrias da humanidade; A nova humanidade brota do acolhimento do seio maternal da Virgem Maria.

A Igreja aprende de Nossa Senhora não só a atitude de acolher o verbo em seu ventre, em sua vida, mas aprende a atitude de missionariedade. Ela vai pressurosa ao encontro de Izabel e ali realiza o primeiro e definitivo encontro do antigo e do novo com o grande anuncio de que todas as coisas antigas passaram e a novidade do Reino se instala para a Salvação de todos.

Penso que é esta maneira de Nossa Senhora que inspira aquilo que o Santo Padre o Papa Francisco está dizendo aos Bispos, aos Sacerdotes, às lideranças todas: A Igreja precisa construir a ova cultura do ir ao encontro, ser próxima, ser misericordiosa e sensível aos sofrimentos e se disponha a curas as feridas de tantos irmãos e irmãs que caíram e se machucaram ao longo do Caminho.

Finalmente quero exaltar Nossa Senhora da Guia como a estrela da Evangelização. Ela nos aponta o caminho, a direção. Ela nos ensina e nos exorta a “fazer o que ele nos fiz”. Que a nossa Diocese de Patos, as nossas comunidades paroquiais sejam inspiradoras pela Virgem Senhora da Guia e realizem a missão de discípulos e discípulas, missionários/as de Jesus anunciando sem medo os valores da vida, dizendo não a tudo aquilo que em nossa sociedade nega o amor de Deus.

Não poderia concluir esta homilia deixando de agradecer ao Padre José Ronaldo e todos os membros desta comunidade paroquial que não mediram esforços para realizar com fineza e dedicação este grande momento de evangelização e de espiritualidade nesta paróquia que termina de uma forma de outra alcançando toda a nossa Igreja particular de Patos. Muito obrigado, Padre Ronaldo. Muito obrigado aos Padres que contribuíram nos diversos momentos de confissão e de presidência das noites de novena a Nossa Senhora da Guia. Não posso esquecer-me de tantas pessoas que levam no coração esta devoção a Nossa Senhora da Guia a tantos lugares onde vivem neste imenso País e que voltam aqui para renovar este sentimento de fé e de amor à Mãe do céu e beber de novo nesta fonte de pura devoção; sejam divulgadores deste maravilhoso evento em nossa diocese. Todos sejam muito abençoados e fortalecidos em sua missão. Peço desculpas por ter ficado ausente neste período ainda que seja justificada pela importância do encontro dos Bispos em Roma. Lá pedi ao Santo Padre uma bênção especial para toda a nossa Diocese.

Nossa Senhora da Guia, Estrela da Evangelização, modelo de fé, aquela que acreditou, faça que nós todos neste ano da fé sejamos testemunhas fiéis do amor do vosso amado filho Jesus que o mundo tenha vida e vida plena. Amém

+ DOM ERALDO BISPO DA SILVA

DIOCESE DE PATOS-PB

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