Como já vem acontecendo desde o ano de 1995, o dia 07 de setembro foi também marcado pela realização do chamado Grito Dos Excluídos em várias cidades do Brasil. Essa atividade que nasceu no seio da Igreja Católica, foi aos poucos sendo abraçada por diversas organizações e movimentos sociais, bem como por outras igrejas cristãs. O Grito procura refletir nesta data simbólica sobre os principais problemas e desafios que a sociedade brasileira enfrenta, sobretudo os mais necessitados e excluídos dos direitos básicos e das condições que possam garantir vida digna para todas as pessoas.
Neste ano o tema escolhido foi “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “na luta por participação popular, saúde, comida, moradia trabalho e renda, já”.
Na Diocese de Patos, o Grito dos Excluídos foi construído por diversas pastorais da igreja, organizações populares, movimentos sociais e alguns partidos que defende as causas dos mais necessitados. O evento aconteceu entre as 8 e 10 horas da manhã deste 07 de setembro, ao lado da praça João Pessoa, no centro da cidade.
Entre as diversas representações presentes, merece destacar a presença do bispo diocesano, Dom Eraldo Bispo da Silva. Dom Eraldo esteve presente durante todo o tempo e em sua fala relembrou o surgimento, a trajetória e sentido do Grito dos Excluídos. Ele afirmou que o sentido maior deste grito é a vida, missão e testemunho de Jesus quando afirmou: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.”
Dom Eraldo destacou inúmeros problemas e situações que geram morte e sofrimentos na sociedade brasileira nos tempos atuais, tais como a fome, o desemprego, a carestia, a falta de moradia, a pandemia, as milhares famílias que perderam seus entes queridos, a violência, entre outros. O bispo diocesano ainda encorajou e parabenizou as pessoas e organizações que prepararam o evento e reafirmou que quem acredita no Jesus Ressuscitado jamais perde a fé e a esperança em dias melhores.
A fala de Dom Eraldo foi seguida, reafirmada e complementada por diversas lideranças presentes entre elas padres, lideranças de organizações democráticas, representantes políticos, que também clamaram por “Fora Bolsonaro”. Merece destacar o testemunho de dona Tanuza Avelino de Oliveira, que há mais de 05 anos, luta por moradia juntamente com sua família e outras famílias no acampamento Serrote Liso, na periferia de Patos. Dona Tanuza destacou entre os sofrimentos a luta diária por sobrevivência com seus filhos pequenos num barraco sem água potável, sem energia elétrica, sem emprego, sem assistência e sem a certeza do alimento de cada dia. Ela disse que sobrevive do trabalho com reciclagem de produtos recolhidos nas ruas da cidade ou de trabalhos domésticos, quando aparecem, em algumas casas da cidade.
Segundo os organizadores do Grito dos Excluídos, estão sendo muito positivas as repercussões do evento nos principais meios de comunicação. Afirmaram ainda que em breve deve acontecer uma reunião de avaliação e de planejamento de novos passos, rumo a uma sociedade justa e democrática.
–
Texto e Fotos: PASCOM Diocesana