Nesta quarta-feira, 11 de junho, uma atração que foi muito aplaudida por todos os presentes, foi a apresentação do grupo de mulheres do presídio feminino, que atendeu ao convite da Paróquia e fez uma belíssima apresentação, logo após a celebração da Trezena.
Foi um momento bastante emocionante, não somente para as mulheres do coral, mas também para todos que estavam assistindo. A primeira vez que elas se apresentaram em praça pública, foi em 2012, na Festa de Nossa Senhora da Guia. Para elas, cada apresentação, é um momento ímpar.
Em entrevista a Pascom, o Coronel Cunha Rolim (Comandante do III Batalhão), falou da importância de dar a essas mulheres oportunidades como essa.
“O trabalho de ressocialização dentro do presídio ele é muito pequeno, precisa ter oportunidades como esta, que a sociedade tem ofertado a este grupo de mulheres que busca, não só o aperfeiçoamento da voz nos corais, mas sim uma ressocialização, numa oportunidade de retornar à sociedade, quando todo tipo de trabalho que elas possam ser envolvidas, com certeza, tem um papel importante em dignifica-las como seres humanos. Nessa oportunidade hoje, com essa apresentação é uma demonstração que a sociedade quer recebe-las de volta como pessoas melhores e como seres humanos, ou sentido estrito da palavra, mais socializadas, melhores no sentido de serem ressocializadas, de se afastarem do crime e se doarem a uma coisa boa. ”
E o Coronel Cunha Rolim agradeceu ao Padre e a Paróquia pelo convite:
“Então, como comandante do Batalhão, eu agradeço essa oportunidade que o Pe. Alixandre e a Paróquia de Santo Antônio concedem a essas mulheres pecadoras que estão ali pagando por algum crime que cometeu perante a sociedade. E hoje é um momento glorioso, e a gente espera que outras entidades e outras Paróquias também se interessem e facultem também oportunidades como esta, para que elas possam se apresentar e ser bem recebidas pela sociedade”.
Após a celebração da Trezena, a Pascom também entrevistou o Padre Ronaldo, Pároco da Catedral, sobre a vinda do Coral “Vozes da Liberdade” para cantar na Festa de Santo Antônio. E fez a seguinte pergunta:
PASCOM – O que o senhor acha da vinda do Coral das Presidiárias para cantar na festa de Santo Antônio, o senhor acha que isso vai ajudar no desejo delas mudarem de vida?
Pe. Ronaldo – Sim, claro. É muito bom a inserção dessas nossas mães presidiárias na Comunidade. Nada de discriminação, como dizia o Pe. Rodrigo agora há pouco, nada de discriminação, são nossas irmãs, e é claro que um momento como esse, cantar é próprio de quem ama. É claro que pode ajudar e contribuir muito para a libertação dessas nossas irmãs que estão lá por causa de algum delito que cometeram e estão pagando lá as suas penas. Um momento como esse de encontro com a Comunidade, com certeza, vale muito para elas, assim como deve valer muito também para a Comunidade, no sentido de apoiá-las, de vê-las, e enxergá-las como nossas irmãs, filhas do mesmo Pai.
A Paróquia agradeceu a todos os que colaboraram com a vinda do Coral que, com certeza, enriqueceu ainda mais a programação da Festa de Santo Antônio, neste ano de 2014. Esta será uma lembrança inesquecível para todos.
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Gis – Pascom NSA