Sempre ouvi que o mês de agosto era o “mês do desgosto”, evidentemente minha Fé não me permite tal expressão carregada de negativismo.
Uma vez que o tempo é de Deus, agosto é santo tanto quanto os demais meses do ano.
Era um dia de domingo como outro e não havia me atentado para a data do calendário que marcava 27 de agosto.
Estava no ar pelas ondas sonoras da Rádio Espinharas de Patos, apresentando o Programa Santuário em Comunicação e de forma abrupta fui informado do falecimento do Excelentíssimo e Reverendíssimo Dom José Maria Pires, Arcebispo Emérito da Paraíba.
A emoção me tomou de assalto, pois, cresci ouvindo as histórias de coragem e luta desenvolvidas durante o episcopado do quarto Arcebispo da Paraíba, durante os seus 29 anos a frente da Arquidiocese da Paraíba.
Um homem, um santo bispo, um profeta que traz em sua biografia sua atuação decisiva na época da Ditadura Militar, quando emprestou sua voz de religioso em vista da defesa dos direitos humanos e a promoção da transformação social dos camponeses e pobres.
Ainda foi incentivador de políticas públicas inclusivas que minorassem os preconceitos raciais bem como motivador da organização da luta dos afrodescentes no Brasil.
Como um bom mineiro era calmo, de trato fino e por sua longevidade de 98 anos era considerado o bispo brasileiro mais idoso, inclusive com assiduidade nas assembleias da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Peremptoriamente a data de 27 agosto fica marcada como “Agosto dos Grandes Bispos”, pois, nessa mesma data em anos anteriores foi também a Páscoa de dois outros nomes do episcopado brasileiro, Dom Hélder Câmara e Dom Luciano Mendes.
*Carlos Ferreira da Silva
(Pascom Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro)