Ao longo do meu aprendizado com o grande Catequista por excelência, Jesus Cristo, fui descobrindo que em sua Pedagogia, Jesus encantava os seus discípulos e a multidão de seguidores pelo olhar.
O olhar de Jesus encantava as pessoas e este encantamento provocava um processo de “Conversão profunda (a metanoia – mudança radical de vida), isto é, adesão pessoal, livre e plena, a Jesus Cristo, (de modo consciente, esclarecido, coerente e generoso)”.
Encantada pela proposta do mestre dos mestres, assumi, no meu ser discípula missionária, a postura de em minha prática, investir numa ação evangelizadora, onde os evangelizadores e evangelizados são protagonistas do processo de Evangelização e Catequese
Ao longo dos meus 20 anos de experiência catequética fui percebendo nos encontros com os catequistas e catequizandos, nas visitas às comunidades e periferias do Sertão Paraibano, nas pequenas rodas de conversas com meus companheiros (as) catequistas e discípulos missionários que um dos grandes desafios da nossa missão é tornar a Evangelização, o primeiro encontro pessoal com Cristo , a catequese uma oportunidade pra despertar nos mesmos o amor pela vida e missão de Jesus.
Para enfrentar estes desafios inerentes ao processo da ação evangelizadora, tenho insistido na necessidade de trabalhar à luz da pedagogia de Jesus a Pedagogia do Amor e do Afeto.
Outros desafios, dificuldades e limites que enfrentamos, e não somente nós, mas acredito que a dimensão missionária do Brasil é planejar a ação missionária, respeitando as várias fases daqueles que estão no processo de evangelização à luz da Palavra de Deus, do Catecismo da Igreja católica, dos Documentos da C.N.B.B e das ciências humanas e sociais.
Tendo consciência de que a Evangelização é missão da Igreja, preocupa-me muito o fato de perceber que muitos discípulos(as) missionários(as) não descobriram em sua ação missionária e pedagógica a importância da metodologia da dimensão missionária; como diz os manuais da Infância Missionária: “ beber na fonte que é o próprio Jesus Cristo, fazer a experiência com ele, ser amigos(as) de Jesus e fazer amigos(as) para Ele”.
Visando contribuir com uma ação missionária mais eficaz me proponho com este artigo, apresentar algumas experiências, que, tenho certeza responderão a estes desafios apaixonantes no processo de educação da fé.
O que pretendo apresentar é fruto do que aprendi com o grande pedagogo, Jesus Cristo e outros mestres e catequétas que me orientaram em todos esses anos de caminhada.
Acredito, que para chegar a esta iniciativa eu não conseguiria pelas minhas próprias forças, mas fui motivada pelo querer de Deus, pela vida de oração e pelo incentivo do grande mestre e amigo: Jesus, que acredita no meu potencial como mulher de Deus e pedagoga.
Sendo a experiência pessoal com Cristo, essencial para uma ação missionária na Igreja, o Discípulo(a) missionário(a) é por excelência, ministro de Jesus Cristo.
Para cumprir esta missão e caminho junto à maturidade da fé, três elementos são indispensáveis, segundo Irmão Nery:
O afeto que envolve as pulsões do amor e do ser livre; o conhecimento que envolve a experiência e a inteligência; e o comportamento que envolve vontade, atitudes e ações.
Espero que este artigo possa ajudar a você discípulo(a) missionário(a) a se encantar pela vida e missão de Jesus e descobrir luzes para o aperfeiçoamento da sua prática à luz da Pedagogia de Jesus.
A pedagogia do amor e do afeto na ação missionária à luz da pedagogia de Jesus:
Para compreender o sentido da pedagogia do amor e do afeto na ação missionária devemos partir do princípio de que no processo de Educação da fé, os missionários e missionárias devem primar pela construção do afeto nos que estão sendo evangelizados, que passa pela educação dos sentidos, como afirma Rubem Alves: “A primeira função da educação é ensinar a ver, é trabalhar a arte de ouvir, escutar os sons do mundo, é ter o gosto de aprender por que ama”.
Jesus em toda a sua missão optou por uma pedagogia que envolvia o ser humano, que o tornava protagonista da missão.
Ninguém melhor do que ele evangelizou a partir da educação dos sentidos:
– O olhar de Jesus encantava
– Jesus gostava de ouvir as pessoas porque tinha consciência de que a arte de ouvir está em silenciar os ruídos interiores (Rubem Alves).
Como temos trabalhando a educação dos sentidos em nossa ação missionária?
“… É do silêncio que nasce o ouvir… só posso ouvir a verdade do outro se eu parar de tagarelar… Quem fala muito não ouve”.
E o nosso olhar o que ele diz aos que estamos evangelizando?
E o olhar dos que estamos evangelizando o que nos diz?
Temos em nossa missão, encantado as pessoas pelo olhar?
A nossa missão precisa crescer nesses aspectos.
Precisamos oportunizar no nosso jeito de ensinar o gosto pela arte do olhar, do escutar, do contemplar, do “ouvir os sons do mundo” e a partir desta escuta compreender que somos chamados a exercer o nosso protagonismo na história, por isso a construção do afeto se faz amando, doando-se, aí está o segredo da Pedagogia do amor tão presente na vida de Jesus.
A nossa Pedagogia deve partir da prática de Jesus e da consciência de que “o desenvolvimento do potencial humano precisa da solidariedade e da empatia de uma mão amiga, de um olhar afetuoso e de uma mensagem de esperança”.
Para compreender o sentido da pedagogia do amor e do afeto na ação missionária é preciso perceber que a educação se pode buscar em diversos lugares, mas se aprende muito mais com a vida.
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Maria Joseny( Josa) – Pascom Diocesana