Há alguns anos atrás a Conferência Nacional dos Bispos no Brasil trouxe como tema de uma campanha da fraternidade a pergunta que dá título a este artigo.
Era uma provocação santa para reflexão da singela e ao mesmo tempo da complexa mudança que já naquela ocasião inquietava a Igreja no que tange ao núcleo familiar em detrimento do advento da tecnologia e da modernidade.
Passados bons anos nada é mais atual do que esta pergunta que ronda as discussões científicas e até mesmo sendo tema para uma Assembléia Ordinária do Sínodo para as Famílias e seus desafios, convocado pelo Santo Padre Papa Francisco.
O Sínodo é uma reunião ordinária ou extraordinária convocada para a discussão de determinado assunto ligado às questões de fé, de doutrina ou de moral que necessitam de uma palavra oficial por parte da Igreja.
Enquanto na cidade eterna, Roma se discute os rumos e passos para a valorização e a defesa da organização natural da família cabe a todos os cristãos acompanharem com suas orações para que pelas luzes do Espírito Santo pairem sobre o Sínodo das Famílias.
Diversos temas estão sendo estudados, discutidos, refletidos em relação à família e seus desafios na vida contemporânea como, por exemplo, a ideologia de gênero, a comunhão de divorciados dentre tantos assuntos polêmicos.
Contudo o essencial para o bom êxito do Sínodo das Famílias está no fato da Igreja voltar seus olhos para esse bem precioso com misericórdia e menos preconceitos, com amor e menos apedrejamentos ou condenações.
Isso não implica em perdermos nossa identidade ou características basilares do núcleo familiar que naturalmente se dá com pai, mãe e filhos não desmerecendo outras configurações de organizações sociais.
Respeito, diálogo e convivência fraterna são elementos primordiais para um bom exercício da democracia, da cidadania e até mesmo fazem parte do âmago do cristianismo.
É bem verdade que em nome de um relativismo exarcebado não podemos perder o profetismo da fé, que anuncia as maravilhas de Deus em nossas famílias e denuncia tudo que venha a ferir nossas verdades evangélicas.
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Carlos Silva – Pascom Diocesana