A exterioridade da Fé, uma prática perigosa!

Vivemos uma Fé apenas de casca, de exterioridade!

Parece forte a afirmativa, mas tem exatamente este anseio de ser provocativa, pois já alguns anos tenho observado um fenômeno triste embora real, vivemos uma experiência de fé apenas na exterioridade sem profundidade.

Revisitando através da leitura orante o evangelho de Marcos em seu capítulo 2, versículos 18 – 22 me vi num embaraço espiritual tal qual a polêmica posta pelos fariseus passeei em minha caminhada e concluí que ainda trazemos marcas desta prática religiosa que opta pela aparência, que busca apenas a exterioridade, que exprime o nada em detrimento do mistério.

Certamente se Jesus visitasse um grupo de oração ou uma de nossas reuniões de pastoral teria a mesma atitude que teve em relação aos fariseus, indignação por ver que continuamos remendando com pano novo a roupa antiga.

O tecido da Fé é novíssimo, contudo as nossas práticas religiosas e nossa ação pastoral tímida, medíocre em dados momentos, nos faz viver uma crise que conceituo como pastoral de manutenção e a ousadia evangélica onde fica?

Clamamos o vinho novo da alegria, da esperança, da motivação e será que estamos preocupados em organizar os “odres”, o recipiente de nosso coração para acolher a novidade, a boa nova que é o próprio Cristo?

É melancólico ter de responder que não! Sobretudo por que nos agarramos numa prática de fé muito enraizada de exterioridades, com besteiras, com efemeridades sem nos atermos ao principal, ao primordial, ao genuíno.

Embora seja a fé uma experiência particular e intransferível, como cartão de crédito necessário se faz ter limite, ou seja, trocando em miúdos devemos buscar a Deus enquanto ele se deixa encontrar, vivendo nossa conversão de coração reto e nosso seguimento de forma autêntica e compromissada.

Chega de dizer que é cristão, que é batizado apenas da boca para fora apenas engrossando as estatísticas, almejamos o céu, mas não construímos entre nós o reino de Deus, expressão de nosso amor renovado e renovador, queremos a cura a todo custo mas não saramos as feridas do próximo.

Perdura a hipocrisia farisaica de viver uma fé só de rótulo, sem preocupar – se com o conteúdo enquanto isso acontece, a exterioridade da fé é sem sombra de dúvida uma prática perigosa!

Carlos Silva – Pascom Diocesana

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